DEEP ECOLOGY
UMA NOVA METAFÍSICA EM TEMPOS DE CRISE AMBIENTAL
DOI:
https://doi.org/10.19141/1809-2454.kerygma.v15.n2.p50-63Palavras-chave:
Ecologia, Filosofia, Deep Ecology, spinozaResumo
O estudo da ecologia baseia-se nas interações entre os diversos organismos vivos em uma rede conectada chamada ecossistema. O termo foi cunhado em 1866 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel como um estudo sistemático da inter-relação dos seres vivos na terra. Contudo, a partir do século 20, os impactos socioambientais herdados pela idade moderna, começaram a se tornar amplamente perceptíveis e criticados. Com isso, a partir desse instante, diversos movimentos ambientais surgiram, pautados em temáticas de sustentabilidade e consciência ambiental. Nesse sentido, este estudo tem o objetivo de verificar a perspectiva ecológica contemporânea, a partir das vertentes do movimento denominado Deep ecology. Para tanto, foi empreendida pesquisa bibliográfica para fomentar a compreensão histórica e filosófica da ecologia, bem como para o entendimento da origem da Deep ecology e suas supostas perspectivas teosóficas. Em 1970, o filósofo escandinavo Arne Naess (1912-2009) estabeleceu, com base nos pensamentos de Baruch Spinoza e outros filósofos, uma linha de pensamento sobre a responsabilidade humana em relação à natureza. Sua filosofia, buscava estipular uma ecologia profunda, a qual reestruturasse as concepções ecológicas modernas e antropocêntricas. Portanto, espera-se compreender as mudanças da concepção ecológica na história visando os impactos ambientais causados no século 19 e 20 enquanto pano de fundo histórico para melhor percepção da perspectiva da Deep ecology, a partir da década de 1970. Ainda se conclui incipientemente que o pensamento proposto por Naess estabelece, hoje, medidas ecológicas sustentáveis e eficazes para uma melhor cidadania planetária.
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