Educação nas entrelinhas: a nobre mentira de platão
Palabras clave:
Filosofia da Educação, Platão, República, Nobre MentiraResumen
Os antigos escritores gregos falavam pouco das entrelinhas. Em vez disso, dirigiam o olhar para as linhas. Sua preocupação era com o que ficava evidente nas linhas e, principalmente, suas interpretações. No entanto, isso não significa que não houvesse nada para ler nas entrelinhas. Ao contrário disso, pode-se dizer que os antigos gregos eram especialistas em encher as entrelinhas de possibilidades. A cidade grega era uma sociedade que regulava quase todos os aspectos da vida, inclusive a moral, a religião e a arte. Contudo, uma atividade permanecia essencialmente privada e transpolítica: a filosofia. De fato, os filósofos rejeitavam as ideias dominantes da sociedade, ainda que essas ideias fossem fortemente abraçadas na superfície de seus escritos. Revelavam, portanto, sob a superfície, o que não podia ser explicitado, exceto para um grupo seleto de acólitos. Daí o convite para uma hermenêutica da desconfiança. O objetivo, aqui, é, portanto, examinar a assim chamada “nobre mentira”, contada por Sócrates na República (415a-d), sobre sua proposta de estratificação social, a fim de entender o sistema educacional proposto nessa obra pedagógica de Platão, a partir das entrelinhas desse mito, e sua implicação social e política para o trabalho educativo
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