“Por que estás fazendo o povo parar de trabalhar?”: a redação do mandamento do shabbat e o clamor dos escravos no Êxodo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19141/1809-2454.kerygma.v18.n1.pe1603

Palavras-chave:

Descanso, Trabalho, Mandamento

Resumo

Este trabalho analisará a redação do quarto mandamento do Decálogo, sugerindo a possibilidade deste texto ser uma resposta à pergunta do Faraó em seu diálogo anterior com Moisés: “por que você está fazendo o povo parar de trabalhar?” Para tanto, apresentará pesquisa bibliográfica, apoiando uma breve exegese de duas versões do mandamento, tal como apresentadas nos livros de Êxodo e Deuteronômio, analisando seu contexto histórico e literário. Verificará possíveis motivações para o autor do Êxodo mencionar especificamente o desconforto do Faraó com a cessação das atividades em seu domínio e como a redação do quarto mandamento se contrapõe à cultura vigente em relação à religião e ao sistema socioeconômico baseado na produção e exploração do trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vinicius Cardoso von Mengden, Faculdades EST, Rio Grande do Sul, (Brasil)

Doutorando em Teologia pela Faculdades EST, Rio Grande do Sul, (Brasil). 

Ruben Marcelino Bento da Silva, Faculdades EST, Rio Grande do Sul, (Brasil)

Doutor em Teologia pela Faculdades EST, Rio Grande do Sul, (Brasil). Professor da área de Bíblia e Exegese (Antigo Testamento) na Faculdades EST.

Referências

ANDREASEN, Niels-Erk A. The Old Testament Sabbath: A Tradition-Historical Investigation. Angwin, CA: Society of Biblical Literature, 1972.

ANTONIAZZI, Alberto. Os Dez Mandamentos: várias leituras. Estudos Bíblicos, v.9. Petrópolis: Vozes, 1986.

BACCHIOCCHI, Samuel. Minha Pesquisa sobre o Dia do Senhor. Disponível em: <http://www.verdadeonline.net/textos/odiadosenhor.htm>. Acesso em: 22 outubro. 2022.

BACCHIOCCHI, Samuele. Divine Rest for Human Restlessness: A theological study of the good news of the sabbath for today. Roma: The Pontifical Gregorian University Press, 1980

BAXTER, James Sidlow. Explore the Book. Grand Rapids: Zondervan, 1960.

BLOCK, Peter; BRUEGGEMANN, Walter; MCKNIGHT, John. An Another Kingdom. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons, 2016.

BLOOM, Harold. Leio, logo existo. In: Veja, edição 1685. São Paulo, SP: Abril, 31 jan 2001.

BRUEGGEMANN, Walter, Peter Block, John McKnight. An Other Kingdom. Hoboken: John Wiley & Sons, 2016.

BRUEGGEMANN, Walter. Abingdon Old Testament Commentaries Deuteronomy. Nashville, TN: Abingdon Press, 2001.

BRUEGGEMANN, Walter. Sabbath as resistance: saying no to the culture of now. Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2017.

BRUEGGEMANN, Walter. The covenanted self: explorations in law and covenant. Minneapolis: Fortress Press, 1999.

GOTTWALD, Norman. Introdução socioliterária à Bíblia Hebraica. São Paulo, SP: Paulinas, 1988.

GRUEN, Wolfgang. Os dez mandamentos: várias leituras. Editorial. In: Estudos Bíblicos, vol. 9, Petrópolis, RJ: Vozes, 1986

HAMILTON, Victor. Manual do Pentateuco. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2006.

HASEL, Gerhard. The Sabbath in the Pentateuch. In The Sabbath in Scripture and History. Disponível em <https://digitalcommons.andrews.edu/dissertations/51>. Acesso em 22 de abril de 2022.

HESCHEL, Abraham J. The Sabbath. New York, NY: Harper & Row, 1966.

KRAMER, Pedro. Origem e legislação do Deuteronômio: Programa de suma sociedade sem empobrecidos e excluídos. In: Atualidade Teológica, v. XI, n. 27, 2007. Disponível em https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18403/18403.PDF. Acesso em 28 nov 2022.

KUNZ, Claiton André. Método histórico-gramatical. In: Via Teológica, Nº 16, vol. 2. Curitiba, PR: FTBP, 2008

MARQUES, Joaquim de Jesus. Literaturas do próximo oriente antigo na Bíblia: Origens, Aliança e Sabedoria. Dissertação de Mestrado, Universidade de Lisboa. Lisboa: 2015.

MERRIL, Eugene. História de Israel no Antigo Testamento: o reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2001.

NICHOL, Francis (Ed.). Comentário Bíblico Adventista, vol.1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.

RATTINI, Kristin. Who was Ramses II? National Geographic. 2019. Disponível em < https://www.nationalgeographic.com/culture/article/ramses-ii >. Acesso em 27 nov 2022.

REIMER, Haroldo. Leis dos tempos jubilares na Bíblia. In: Estudos Bíblicos, vol, 58. Petropólis, RJ: Vozes, 1998

RUBENS, Mario. Gênero literário e o Antigo Testamento. Disponível em https://eclesy.com/genero-literario-e-o-antigo-testamento/#_ftn31. Acesso em 30 nov 2022.

SCHMIDT, Werner. Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994.

SCHWANTES, Milton. A origem social dos textos. In: Estudos Bíblicos, v.16. Petrópolis: Vozes, 1988 (1988a).

SCHWANTES, Milton. O Êxodo como evento exemplar. In: Estudos Bíblicos, v. 16. Petrópolis: Vozes, 1988 (1988b).

TRIGGER, Bruce, Barry Kemp, David O’Connor, Alan Lloyd. Ancient Egypt: A Social History. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.

VERSIGNASSI, Alexandre. A história real por trás do Êxodo. 18 out 2019. Disponível em < https://super.abril.com.br/especiais/a-historia-real-por-tras-do-exodo/>. Acesso em 27 nov 2022.

VOGT, Peter. Interpretação do Pentateuco: um prático e indispensável manual de exegese. São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2015.

WRIGHT, Christopher. Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2016.

ZUCK, Roy. A Interpretação Bíblica. São Paulo, SP: Vida Nova, 1994.

Downloads

Publicado

2023-01-03

Como Citar

CARDOSO VON MENGDEN, V.; BENTO DA SILVA, R. M. “Por que estás fazendo o povo parar de trabalhar?”: a redação do mandamento do shabbat e o clamor dos escravos no Êxodo. Kerygma, Engenheiro coelho (SP), v. 18, n. 1, p. e1603, 2023. DOI: 10.19141/1809-2454.kerygma.v18.n1.pe1603. Disponível em: https://revistas.unasp.edu.br/kerygma/article/view/1603. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

v. 18 n. 1 (2023): Fluxo contínuo

Seção

Dossiê Dinâmicas Religiosas no Contexto Bíblico

Licença

Copyright (c) 2024 Kerygma

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores que publicam na Kerygma devem concordar com os seguintes termos:

  1. Uma vez aceitos para a publicação, os direitos autorais dos artigos são automaticamente transferidos à Kerygma.
  2. Todo material utilizado no texto que possua direitos autorais de terceiros devem estar devidamente referenciados.
  3. Os autores também devem deter os direitos de reprodução das imagens e tabelas em seu material, caso seja necessário.
  4. Os autores garantem que o texto submetido é de sua inteira autoria e não foi submetido e/ou publicado em nenhum outro local.
  5. As opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da Kerygma;
  6. É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
  7. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Essa licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalhopara fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
  8. Os autores concordam com a reprodução livre de seu material pela Kerygma, que poderá adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar, traduzir e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
  9. Os autores concordam que a Kerygma pode distribuir os artigos mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite acesso ao usuário em tempo e lugar determinados, seja por vias gratuitas ou por sistemas que importem pagamento. A Kerygma poderá ainda incluir o trabalho em banco de dados, físico ou virtual, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, em sistema de nuvem, microfilmar e demais formas de arquivamento atuais ou que ainda possam ser desenvolvidas, com ou sem fins lucrativos.
  10. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento na nova publicação que o artigo foi publicado originalmente nesta revista.
  11. A Kerygma é detentora dos direitos de todos os trabalhos publicados por ela. A reprodução integral desses textos em outras publicações, para qualquer outra finalidade, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor. O mesmo serve para reproduções parciais, como resumo, abstract, porções com mais de 500 palavras do texto, tabelas, figuras, ilustrações etc.
  12. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja “The effect of open access and downloads ('hits') on citation impact: a bibliography of studies”).