Libertados do pecado
Uma análise de Romanos 6:15-23
DOI:
https://doi.org/10.19141/1809-2454.kerygma.v16.n2.p11-22Palavras-chave:
Lei, Pecado, Graça, Salvação, Justificação, SantificaçãoResumo
Uma das grandes contribuições da Epístola de Paulo aos Romanos é a luz que ela lança sobre o status e o modo de vida do cristão no novo ambiente salvífico provido pela graça de Deus em Cristo. Paulo discute essa questão nos capítulos 5-8 de sua epístola, onde formula e responde perguntas de grande relevância a respeito da justificação pela fé e da nova vida em Cristo. Nesse contexto aparece uma das declarações mais intrigantes da carta. O apóstolo afirma que o crente em Cristo já foi “libertado do pecado” (6:18, 22). Qual o sentido dessa declaração? O que significa estar livre do pecado no contexto dessa passagem? O presente estudo aborda essas questões da perspectiva do método close reading, a fim de elucidar o significado da expressão ἐλευθερωθέντες δὲ ἀπὸ τῆς ἁμαρτίας e suas implicações para a vida prática do cristão. A análise do contexto literário, linguístico e sociocultural do texto, bem como dos temas e palavras nele presentes, aponta para a cruz de Cristo como o evento da libertação.
Downloads
Referências
BLACK, D. A. It’s still Greek to me: an easy-to-understand guide to intermediate Greek. Grand Rapids: Baker, 1998.
BULTMANN, R. Der Stil der paulinischen Predigt und die kynisch-stoische Diatribe. Gottingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1910.
CARTER, T. L. Paul and the power of sin: redefining “beyond the pale”. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
COUEY, J. B.; JAMES, E. T. Biblical poetry and the art of close reading. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.
CRANFIELD, C. E. B. A critical and exegetical commentary on the Epistle to the Romans. Londres: T&T Clark, 2004.
DESILVA, D. A. Patronage. In: EVANS, C. A.; PORTER, S. (Orgs.). Dictionary of the New Testament background: a compendium of contemporary biblical scholarship. Downers Grove: IVP Academic, 2000. p. 766-771.
DUNN, J. D. G. Romans 1-8. Dallas: Word, 2002. (Word Biblical Commentary, v. 38A).
FISHER, D.; FREY, N. Close reading and writing from sources. Newark: International Reading Association, 2014.
HILL, C. C. Romans. In: MUDDIMAN, J; BARTON, J. (Orgs.). The Oxford Bible commentary: the Pauline epistles. Nova York: Oxford University Press, 2010. p. 57-91.
JEWETT, R. Romans: a commentary. Mineápolis: Fortress, 2006. (Hermeneia).
KELLER, E. B. Some paradoxes of Paul. Nova York: Philosophical Library, 1974.
KÖSTENBERGER, A. J.; PATTERSON, R. D. Convite à interpretação bíblica: a tríade hermenêutica. São Paulo: Vida Nova, 2015.
LAMP, J. S. The rhetoric of righteousness: an overview of Paul’s argument in Romans 5-8. The Asbury Theological Journal, v. 60 n. 2, p. 55-66, 2005.
LEE, J. H. Paul’s gospel in Romans: a discourse analysis of Rom. 1:16-8:39. Leiden: Brill, 2010.
LEVINSOHN, S. H. Discourse features of New Testament Greek: a coursebook on the information structure of New Testament Greek. Dallas: SIL, 2000.
LYALL, F. Roman law in the writings of Paul: the slave and the freedman. New Testament Studies, v. 17, p. 73-79, 1970. https://doi.org/10.1017/S0028688500014922
MATHEWSON, D. L.; EMIG, E. B. Intermediate Greek grammar: syntax for students of the New Testament. Grand Rapids: Baker Academic, 2016.
METZGER, B. M. A textual commentary on the Greek New Testament. 2. ed. Londres; Nova York: United Bible Societies, 1994.
MOFFATT, J. The interpretation of Romans 6:17-18. Journal of Biblical Literature, v. 48, n. 3, p. 233-238, 1929. https://doi.org/10.2307/3259726
MORRIS, L. The Epistle to the Romans. Grand Rapids: Eerdmans; Leicester: InterVarsity, 1988.
PORTER, S. E. The argument of Romans 5: can a rhetorical question make a difference? Journal of Biblical Literature, v. 110, n. 4, p. 655-677, 1991. https://doi.org/10.2307/3267664
RÖHSER, G. Metaphorik und Personifikation der Sünde. Tübingen: J.C.B. Mohr, 1987.
RUNGE, S. E. Discourse grammar of the Greek New Testament: a practical introduction for teaching and exegesis. Peabody: Hendrickson, 2015.
SALLER, R. Patronage and friendship in early imperial Rome: drawing the distinction. In: WALLACE-HADRILL, A. (Org.). Patronage in ancient society. Londres; Nova York: Routledge, 1989. p. 49-62.
SAMPLEY, J. P.; LAMPE, P. (Eds.). Paul and rhetoric. Nova York: T&T Clark, 2010.
SCHREINER, T. R. Romans. Grand Rapids: Baker, 1998. (Baker Exegetical Commentary on the New Testament, v. 6).
SCHREINER, T. R. Interpreting the Pauline epistles. Grand Rapids: Baker Academic, 2011.
SHEDD, W. G. T. Commentary on Romans. Eugene: Wipf and Stock, 2001.
STADLER, T. D. Carta 4 – Plínio ao imperador Trajano. Prometeus, v. 11, n. 28, p. 15-16, 2018.
STOWES, S. K. The diatribe. In.: AUNE, David E. (Ed.). Greco-Roman literature and the New Testament: selected forms and genres. Atlanta: Scholars Press, 1988.
STOWES, S. K. Paul’s dialogue with a fellow Jew in Romans 3:1-9. Catholic Biblical Quarterly, v. 46, n. 4, p. 707-722, 1984.
STOWES, S. K. The diatribe and Paul’s Letter to the Romans. Chico: Scholars Press, 1981.
TANNEHILL, R. C. Dying and rising with Christ: a study in Pauline theology. Eugene: Wipf & Stock, 2006.
TURNER, M. Modern linguistics and New Testament. In: GREEN, J. B. (Org). Hearing the New Testament: strategies for interpretation. Grand Rapids: Eerdmans, 1995. p. 145-174.
UMBACH, H. Em Christus getauft, von der Sünde befreit: die Gemeinde als sündenfreier Raum bei Paulus. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1999.
VENTURINI, R. L. B. Relações de poder em Roma: o patronato e a clientela. Classica, São Paulo, v. 11-12, p. 297-305, 1998-1999. https://doi.org/10.24277/classica.v11i11/12.466
VIARD, J.-S. Obéissance ou liberté: Redécouverte structurelle de Rm 6.15-23. Science et Esprit, v. 54, n. 3, p. 351-366, 2002.
VIARD, J.-S. L’identite chretienne en Romains 6-8: analyse structurelle et narrativite. 359 ff. Tese (Doutorado em Teologia), Universidade de Montreal, Canadá, 2007.
WALLACE, D. B. The basics of New Testament syntax: an intermediate Greek grammar. Grand Rapids: Zondervan, 2009.
WATERS, L. J. Paradoxes in the Pauline epistles. Bibliotheca Sacra, v. 167, p. 423-441, 2010.
WESTFALL, C. L. Changing allegiance: set free and Spirit-led (Romans 5-8). In: PORTER, S. E.; PANG, F. G. H. (Orgs.). The Letter to the Romans: exegesis and application. Eugene: Wipf and Stock, 2018.
WHITE, E. G. Atos dos apóstolos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006.
WITHERINGTON, B.; HYATT, D. Paul’s Letter to the Romans: a socio-rhetorical commentary. Grand Rapids: Eerdmans, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Kerygma

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Kerygma devem concordar com os seguintes termos:
- Uma vez aceitos para a publicação, os direitos autorais dos artigos são automaticamente transferidos à Kerygma.
- Todo material utilizado no texto que possua direitos autorais de terceiros devem estar devidamente referenciados.
- Os autores também devem deter os direitos de reprodução das imagens e tabelas em seu material, caso seja necessário.
- Os autores garantem que o texto submetido é de sua inteira autoria e não foi submetido e/ou publicado em nenhum outro local.
- As opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da Kerygma;
- É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Essa licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalhopara fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
- Os autores concordam com a reprodução livre de seu material pela Kerygma, que poderá adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar, traduzir e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Os autores concordam que a Kerygma pode distribuir os artigos mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite acesso ao usuário em tempo e lugar determinados, seja por vias gratuitas ou por sistemas que importem pagamento. A Kerygma poderá ainda incluir o trabalho em banco de dados, físico ou virtual, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, em sistema de nuvem, microfilmar e demais formas de arquivamento atuais ou que ainda possam ser desenvolvidas, com ou sem fins lucrativos.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento na nova publicação que o artigo foi publicado originalmente nesta revista.
- A Kerygma é detentora dos direitos de todos os trabalhos publicados por ela. A reprodução integral desses textos em outras publicações, para qualquer outra finalidade, por quaisquer meios, requer autorização por escrito do editor. O mesmo serve para reproduções parciais, como resumo, abstract, porções com mais de 500 palavras do texto, tabelas, figuras, ilustrações etc.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja “The effect of open access and downloads ('hits') on citation impact: a bibliography of studies”).