A Relação entre o Tabagismo e Sintomas Urinários em Mulheres
PDF

Palavras-chave

Nicotina
Qualidade de Vida
Transtornos Relacionados ao Uso de Tabaco
Incontinência Urinária
Mulheres. Mães. Estudantes.

Como Citar

Pereira Porto, A., Correia Sousa, G., Torres Ferreira, G., Souza Ramos, T., de Azevedo Ferreira, L., & Filoni, E. (2025). A Relação entre o Tabagismo e Sintomas Urinários em Mulheres. Life Style, 13(00), e1972. https://doi.org/10.19141/2237-3756.lifestyle.v13.n00.pe1972

Resumo

Objetivo: Investigar a associação entre o tabagismo e os sintomas urinários em mulheres, com foco em seu impacto na incontinência urinária (IU) e na qualidade de vida.

Métodos: Estudo observacional transversal com 54 mulheres, de 20 a 60 anos, recrutadas por redes sociais ao longo de três meses. Foram incluídas 37 mulheres tabagistas com sintomas urinários. Os dados sociodemográficos, ginecológicos, obstétricos e tabagistas foram coletados via formulário eletrônico. A IU foi avaliada por meio do questionário ICIQ-SF, considerando-se incontinentes as participantes com escore ≥1. A análise foi realizada com o software Jamovi, utilizando a correlação de Spearman (p<0,05).

Resultados: A média de idade foi de 35 anos e o IMC médio de 26,5 kg/m², indicando sobrepeso. A carga tabagista média foi de 5,40 anos/maço, com consumo diário de 10 cigarros por 10 anos. O tabagismo foi frequentemente associado a estresse e ansiedade. Quanto à IU, 16,2% relataram perdas frequentes e 32,4% perdas ocasionais. O escore médio no ICIQ-SF foi 3, indicando sintomas leves.

Discussão: A associação leve, porém significativa, entre o tabagismo e os sintomas urinários em mulheres. Embora a correlação tenha sido fraca, os achados reforçam o tabagismo como fator de risco para IU, associado a alterações hormonais e sobrecarga do assoalho pélvico. A associação com estresse e ansiedade sugere a necessidade de abordagem multidisciplinar nos programas de cessação do tabagismo.

Conclusão: O tabagismo demonstrou estar associado a sintomas urinários leves em mulheres, reforçando seus efeitos prejudiciais à saúde uroginecológica.

https://doi.org/10.19141/2237-3756.lifestyle.v13.n00.pe1972
PDF

Referências

ALVES, Camila Amâncio et al. Prevalência de incontinência urinária, impacto na qualidade de vida e fatores associados em usuárias de Unidades de Atenção Primária à Saúde. Fisioterapia em Movimento, v. 35, spe, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/fm.2022.35604.0.

BATISTA, Roberta Leopoldino de Andrade et al. Revisão sistemática das influências do hipoestrogenismo e do treinamento sobre a incontinência urinária. Femina, v. 38, n. 3, p. 135-140, 2010.

BERNARDES, Nicole De Oliveira. Incontinência urinária feminina e fatores de risco.

Fisioterapia Brasil, v. 7, n. 4, p. 301, 20 mar. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.33233/fb.v7i4.1921.

BUMP, Richard C.; MCCLISH, Donna K. Cigarette smoking and urinary incontinence in women. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 167, n. 5, p. 1213-1218, nov. 1992. Disponível em: https://doi.org/10.1016/s0002-9378(11)91691-3.

CARDOSO, T. C. A. et al. Aspectos associados ao tabagismo e os efeitos sobre a saúde. Research, Society and Development, v. 10, n. 3, p. e11210312975, 8 mar. 2021.

CARVALHO, Maitê Peres de et al. O impacto da incontinência urinária e seus fatores associados em idosas. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 4, p. 721-730, dez. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-9823.2014.13135.

FUGANTI, Paulo Emilio; GOWDY, John Michael; SANTIAGO, Nilton Cesar. Obesity and smoking: Are they modulators of cough intravesical peak pressure in stress urinary incontinence? International braz j urol, v. 37, n. 4, p. 528-533, ago. 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1677-55382011000400013.

GAO, J. et al. Unveiling the depths of pelvic organ prolapse: From risk factors to therapeutic methods (Review). Experimental and Therapeutic Medicine, v. 29, n. 1, 8 nov. 2024.

GEOFFRION, Roxana. Women’s knowledge of pelvic floor disorders. Expert Review of Obstetrics & Gynecology, v. 5, n. 4, p. 471-477, jul. 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1586/eog.10.32.

GUARISI, Telma et al. Procura de Serviço Médico por Mulheres com Incontinência Urinária. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 23, n. 7, ago. 2001. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0100-72032001000700005.

HANNESTAD, Yngvild S. et al. Are smoking and other lifestyle factors associated with female urinary incontinence? The Norwegian EPINCONT Study. BJOG: An International Journal of Obstetrics and Gynaecology, v. 110, n. 3, p. 247-254, mar. 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1046/j.1471-0528.2003.02327.x.

HIGA, Rosângela; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes; REIS, Maria José dos. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 42, n. 1, p. 187-192, mar. 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0080-62342008000100025.

HRISANFOW, Elisabet; HÄGGLUND, Doris. Impact of cough and urinary incontinence on quality of life in women and men with chronic obstructive pulmonary disease. Journal of Clinical Nursing, v. 22, n. 1-2, p. 97-105, 17 jul. 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1365-2702.2012.04143.x.

KAWAHARA, Takashi et al. Impact of smoking habit on overactive bladder symptoms and incontinence in women. International Journal of Urology, v. 27, n. 12, p. 1078-1086, set. 2020.

LAMERTON, T. J.; TORQUATI, L.; BROWN, W. J. Overweight and obesity as major, modifiable risk factors for urinary incontinence in young to mid-aged women: a systematic review and meta-analysis. Obesity Reviews, v. 19, n. 12, p. 1735-1745, 19 set. 2018..

LOPES, Maria Helena Baena de Moraes; HIGA, Rosângela. Restrições causadas pela incontinência urinária à vida da mulher. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 40, n. 1, p. 34-41, mar. 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0080-62342006000100005.

MAGALHÃES, D.; ROSILEIDE ALVES LIVRAMENTO. ASSOALHO PÉLVICO E SUA RELAÇÃO COM A INCONTINÊNCIA URINARIA: CAUSA E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 5, n. 5, p. 4023–4034, 27 nov. 2023.

MUKAKA, M. M. Statistics corner: A guide to appropriate use of correlation coefficient in medical research. Malawi Medical Journal, v. 24, n. 3, p. 69-71, set. 2012.

NUNES, E. Consumo de tabaco. Efeitos na saúde. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, v. 22, n. 2, p. 225-244, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.32385/rpmgf.v22i2.10231.

PAINEL de Indicadores – PNS. Disponível em: https://www.pns.icict.fiocruz.br/painel-de-indicadores-mobile-desktop/.

PATEL, U. J. et al. Updated Prevalence of Urinary Incontinence in Women: 2015–2018 National Population-Based Survey Data. Female Pelvic Medicine & Reconstructive Surgery, v. 28, n. 4, p. 181–187, 12 jan. 2022.

ROCHA, Juliana et al. Avaliação da Incontinência Urinária na Gravidez e no Pós-Parto: Estudo Observacional. Acta Médica Portuguesa, v. 30, n. 7-8, p. 568, 31 ago. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.20344/amp.7371.

SABOIA, Dayana Maia et al. Impacto dos tipos de incontinência urinária na qualidade de vida de mulheres. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 51, 21 dez. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1980-220x2016032603266.

SUBAK, Leslee L.; RICHTER, Holly E.; HUNSKAAR, Steinar. Obesity and Urinary Incontinence: Epidemiology and Clinical Research Update. Journal of Urology, v. 182, n. 6S, dez. 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.juro.2009.08.071.

VALENÇA, Alexandre M. et al. Transtorno de pânico e tabagismo. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 23, n. 4, p. 229-232, dez. 2001. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1516-44462001000400010.

VOLKMER, Cilene et al. Incontinência urinária feminina: revisão sistemática de estudos qualitativos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 10, p. 2703-2715, out. 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1413-81232012001000019.

Downloads

Não há dados estatísticos.